Dez curiosidades sobre a vagina podem mudar a sua
vida
Thais Carvalho Diniz
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
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Se você que está lendo esta reportagem é uma mulher, provavelmente, se
identificará com pelo menos alguns dos itens listados abaixo. Se é homem, o
texto pode ajudá-lo a entender melhor a sua parceira. O assunto? A
vagina.
Para começar, é preciso diferenciar vagina de vulva. A vulva compreende
toda a genitália feminina, incluindo a vagina, que é apenas o canal interno da
vulva. Mas até os médicos se referem ao conjunto como vagina.
O inglês Jamie McCartney criou, em 2011, o "Great Wall of
Vagina" (grande mural da vagina, em tradução livre), que traz 400 órgãos
esculpidos de gesso, formando um conjunto de dez painéis, justamente para
mostrar que, assim como o pênis, cada vagina tem formato, tamanho (pelo menos
externo) e aparência diferentes.
"Muitas mulheres se preocupam com o aspecto do seu órgão genital e
o comparam. Pensei que quando elas vissem todas aquelas vaginas no mural se
sentiriam mais seguras. É a arte com um propósito social, além de ser um
espetáculo surpreendente, claro", afirma o artista.
Jamie, que disse conhecer apenas cerca de dez das 400 que serviram como
voluntárias para o projeto, contou que teve como objetivo "libertar as
mulheres da ansiedade e dúvida sobre a estranheza de seu corpo". E deu
resultado: "Várias me mandaram e-mails falando que meu trabalho mudou suas
vidas, que a autoestima aumentou. Isso é incrível".
A seguir, dez curiosidades.
1. Tamanho: a vagina é
elástica e, segundo Flávia Fairbanks, membro da Sogesp (Associação de
Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo), o tamanho muda de acordo com
a idade. "Na fase adulta, tem de 7 cm a 8 cm de comprimento, em repouso.
Durante a relação sexual, essa medida pode chegar a 12 cm de comprimento e 3 cm
de largura", afirma. Flávia explica que a cavidade vaginal atinge o máximo
de dilatação durante o trabalho de parto: 10 cm.
2. A vagina "fala": marcas ou
manchas na calcinha, mau cheiro e coceira podem ser sinais de alguma
doença. O corrimento, porém, nem sempre é um problema: quando é inodoro,
trata-se de um mecanismo natural de defesa da mulher. "Quanto ao
sexo, dor durante a penetração ou dificuldade de lubrificação podem denunciar
uma disfunção sexual que precisa de tratamento", explica a terapeuta
sexual Paula Napolitano.
3. Ruídos: você já se
constrangeu durante o sexo por causa de algum barulho na hora da penetração
(parecido com gases)? "É normal. Com o movimento sexual, pode haver a
entrada de ar na vagina", afirma Carolina Ambrogini, ginecologista,
sexóloga e coordenadora do Projeto Afrodite da Unifesp (Universidade Federal de
São Paulo).
4. Depilação não faz mal: de acordo com as
ginecologistas Flávia Fairbanks e Carolina Ambrogini, os pelos servem como
proteção contra atrito e entrada de corpos estranhos na vagina. Porém, não há
mal nenhum em depilá-los. "Para as mais sensíveis, deixá-los é mais
confortável, por conta do atrito, mas nada é proibido ou prejudicial", diz
Carolina.
5. Plásticas: algumas
mulheres se incomodam com o tamanho dos lábios genitais e buscam na cirurgia
plástica a saída para se sentirem mais confortáveis com seu corpo. Segundo Luiz
Carlos Ishida, cirurgião plástico e membro da SBP (Sociedade Brasileira de
Cirurgia Plástica), a procura por esse tipo de intervenção aumentou. "Em
2010, realizávamos cerca de quatro operações dessas por ano. Hoje, não passamos
uma semana sem fazer".
6. O poderoso clitóris: muitas
mulheres chegam ao orgasmo apenas com o estímulo do clitóris, que está
localizado na parte exterior da vulva. Segundo Paulo Tessarioli, psicólogo
especialista em sexualidade humana, o órgão tem cerca de oito mil terminações
nervosas e, por isso, é tão sensível. "Esse detalhe da anatomia feminina é
muito curioso, já que a mulher tem um órgão destinado exclusivamente ao
prazer", afirma.
7. Tamanho não é documento: se formos
levar em consideração a possibilidade de prazer feminino, a afirmação de que o
tamanho do pênis não importa procede. "Os cinco primeiros centímetros da
vagina são os mais ricos em terminações nervosas e, por isso, dizer que o pênis maior dá mais
prazer é um mito", explica a terapeuta sexual Paula Napolitano. Além
disso, a vulva pode ser explorada por inteiro.
8. Transpiração e ventilação: muitas
mulheres se incomodam com o suor vaginal, mas, de acordo com Flávia Fairbanks,
por ter grande quantidade de glândulas sudoríparas, a transpiração é natural.
"Algumas mulheres relatam que é a região do corpo onde mais suam",
conta. Ela explica que, como é um órgão fechado e, por isso, quente e úmido, é
favorável à proliferação de fungos e bactérias. "Por isso, quanto mais
ventilado for, menores as chances de infecções. Dormir sem calcinha ou usar
peças 100% algodão é altamente recomendado".
9. "Autolimpeza": segundo a
médica Flávia Fairbanks, o corrimento inodoro e esbranquiçado é o
responsável por eliminar toxinas, bactérias e células mortas vaginais.
Justamente por isso, não é preciso lavar o canal vaginal. "Usar água e
sabonete com pH neutro na região externa já é suficiente para manter a
higiene", diz.
10. Ginástica vaginal: o pompoarismo é um treinamento da
musculatura vaginal que aumenta o prazer sexual do casal durante a
penetração. Além disso, a vagina é composta por músculos e precisa ser
exercitada, assim como o resto do corpo, segundo a terapeuta sexual Paula
Napolitano. "Faz parte do bem-estar e do autoconhecimento feminino. Exercícios
como os de contração e relaxamento ajudam a fortalecer a musculatura e deixam a
vagina mais sensível. São muito indicados para problemas que podem surgir com a
idade, como a flacidez genital e a incontinência urinária".
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