Arqueólogo busca recursos
para encontrar corpo do poeta García Lorca, vítima do franquismo
Redação |
São Paulo - 17/08/2015 - 20h34
Relato recém revelado indica que morte do escritor
espanhol foi comandada por Franco; corpo foi enterrado em vala comum há quase
80 anos
Considerado um dos maiores escritores da Espanha, Federico García Lorca foi enterrado em uma vala comum e até hoje é
desconhecido o paradeiro de seus restos mortais. O escritor do célebre A
Casa de Bernarda Alba (1933) foi a vítima mais famosa da Guerra Civil
Espanhola, que matou mais de 1 milhão de pessoas. Após fracassadas buscas, o
arqueólogo Javier Navarro pretende retomar as escavações este ano, a partir de
recursos obtidos por ele mesmo.
A primeira busca foi realizada em 2009 e se
seguiram tentativas em 2012 e 2014. Esta última, fracassada devido à falta de
apoio financeiro do governo de Andalucia.
Mas, a partir da doação de um mecenas, o apoio de
um doador anônimo e a promessa de apoio da Universidade britânica de Nottingham
(ainda não materializado), Navarro garante que reiniciará a busca em outubro
deste ano, como disse em declaração à agência Prensa
Latina.
De acordo com o arqueólogo, as buscas anteriores
foram paradas a apenas 20 metros do lugar onde Lorca teria sido sepultado, na
região de Fuente Grande.
Apesar das especulações em torno de seu
desaparecimento e morte, as últimas descobertas, como a revelada pelo jornal
britânico Guardian no começo deste ano, indicam que ele foi
assassinado a mando do general Francisco Franco.
Em agosto de 1936, um mês após o início da guerra
civil no país, oficiais comandados por Franco invadiram a casa em Granada onde
estava Lorca.
Na sequência, o poeta foi detido e levado em um
carro até a região de Fuente Grande. De acordo com o relato escrito pela
polícia, ele foi "imediatamente fuzilado após ter confessado, e enterrado
neste local, em uma cova rasa". Apesar de indicar que o poeta foi
executado após confessar, o relato não precisa qual tipo de confissão teria
feito.
O documento foi obtido graças ao pedido de
esclarecimento feito em junho de 1965 pela autora francesa Marcelle Auclair.
Após tramitar por diversos ministérios, 29 anos depois da solicitação a polícia
de Granada entregou um relatório sobre o caso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário