sábado, 22 de agosto de 2015

Arqueólogo busca recursos para encontrar corpo do poeta García Lorca, vítima do franquismo
Redação | São Paulo - 17/08/2015 - 20h34
Relato recém revelado indica que morte do escritor espanhol foi comandada por Franco; corpo foi enterrado em vala comum há quase 80 anos  

Considerado um dos maiores escritores da EspanhaFederico García Lorca foi enterrado em uma vala comum e até hoje é desconhecido o paradeiro de seus restos mortais. O escritor do célebre A Casa de Bernarda Alba (1933) foi a vítima mais famosa da Guerra Civil Espanhola, que matou mais de 1 milhão de pessoas. Após fracassadas buscas, o arqueólogo Javier Navarro pretende retomar as escavações este ano, a partir de recursos obtidos por ele mesmo.
A primeira busca foi realizada em 2009 e se seguiram tentativas em 2012 e 2014. Esta última, fracassada devido à falta de apoio financeiro do governo de Andalucia.

Mas, a partir da doação de um mecenas, o apoio de um doador anônimo e a promessa de apoio da Universidade britânica de Nottingham (ainda não materializado), Navarro garante que reiniciará a busca em outubro deste ano, como disse em declaração à agência Prensa Latina.




De acordo com o arqueólogo, as buscas anteriores foram paradas a apenas 20 metros do lugar onde Lorca teria sido sepultado, na região de Fuente Grande.

Apesar das especulações em torno de seu desaparecimento e morte, as últimas descobertas, como a revelada pelo jornal britânico Guardian no começo deste ano, indicam que ele foi assassinado a mando do general Francisco Franco.

Em agosto de 1936, um mês após o início da guerra civil no país, oficiais comandados por Franco invadiram a casa em Granada onde estava Lorca.

Na sequência, o poeta foi detido e levado em um carro até a região de Fuente Grande. De acordo com o relato escrito pela polícia, ele foi "imediatamente fuzilado após ter confessado, e enterrado neste local, em uma cova rasa". Apesar de indicar que o poeta foi executado após confessar, o relato não precisa qual tipo de confissão teria feito.

O documento foi obtido graças ao pedido de esclarecimento feito em junho de 1965 pela autora francesa Marcelle Auclair. Após tramitar por diversos ministérios, 29 anos depois da solicitação a polícia de Granada entregou um relatório sobre o caso.


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