USP pesquisa
preferência de homens e mulheres sobre depilação feminina
Estudo vai traçar perfil de mulheres e
avaliar relação com opinião masculina.
Objetivo é análise a respeito de aspectos clínicos e comportamentais.
Objetivo é análise a respeito de aspectos clínicos e comportamentais.
Fernanda Testa Do G1 Ribeirão e Franca
O que a escolha do tipo de depilação genital pode revelar sobre a saúde
e o comportamento da mulher? Uma pesquisa desenvolvida pelo Ambulatório de
Estudos em Sexualidade Humana (AESH), no campus da Universidade de São Paulo (USP)
de Ribeirão Preto (SP), quer trazer a resposta para esse tipo de questão.
Por meio de um questionário
disponível na internet, pesquisadores da universidade
pretendem traçar o perfil de homens e mulheres em relação à preferência do tipo
de depilação, e analisar se tal escolha, no caso das mulheres, exerce algum
tipo de influência no comportamento sexual e em eventuais sintomas clínicos.
O estudo
Segundo a pesquisadora Maria Luiza Prudente de Oliveira, o estudo surgiu a partir da observação de que a depilação genital é uma prática cada vez mais comum entre mulheres.
Segundo a pesquisadora Maria Luiza Prudente de Oliveira, o estudo surgiu a partir da observação de que a depilação genital é uma prática cada vez mais comum entre mulheres.
"Hoje em dia quase todas as mulheres fazem depilação. A tendência
estética, a crença na melhoria da higiene genital ou a preferência masculina
parecem influenciar essa prática. Queríamos saber qual a motivação, e
concomitantemente, a gente pensou em saber se a preferência masculina responde
um pouco a isso", explica.
No questionário, disponível desde maio na internet, as mulheres
respondem a 22 questões sobre orientação sexual, tipo de depilação preferido,
frequência e satisfação sexual, entre outras. Já os homens respondem a 12
perguntas, também presentes na lista feminina. "Perguntas referentes à
técnica de depilação, local e método contraceptivo utilizado foram feitas só
para as mulheres", afirma Maria Luiza.
“A tendência estética, a crença na melhoria da higiene genital ou a
preferência masculina parecem influenciar a prática da depilação"
Maria Luiza de Oliveira, autora da pesquisa.
Não é preciso se identificar para responder as questões e as perguntas
ficarão disponíveis na web por seis meses. O objetivo, segundo Maria Luiza, é
conseguir ao menos mil homens e mil mulheres para então iniciar a análise dos
dados.
"Queremos observar, por exemplo, se existe correlação entre grau de
escolaridade, idade, orientação sexual, tipo de relacionamento. E analisar
também a função sexual, tanto dos homens quanto das mulheres. O que é esperado
como hipótese do trabalho é que exista uma confluência entre a preferência
masculina e feminina", diz.
Saúde
Outro aspecto a ser analisado é a possível relação entre saúde e depilação. Segundo a pesquisadora, não há muitos estudos científicos sobre o tema. "Existem várias hipóteses de que o pelo é proteção, ou de que em compensação, pelo demais, em um ambiente tropical, prejudica a ventilação. Acreditamos que os resultados dos questionários nos mostrem que há certa diferença, dependendo do tipo de depilação, para a parte clínica", explica.
Outro aspecto a ser analisado é a possível relação entre saúde e depilação. Segundo a pesquisadora, não há muitos estudos científicos sobre o tema. "Existem várias hipóteses de que o pelo é proteção, ou de que em compensação, pelo demais, em um ambiente tropical, prejudica a ventilação. Acreditamos que os resultados dos questionários nos mostrem que há certa diferença, dependendo do tipo de depilação, para a parte clínica", explica.
O grande diferencial esperado na análise dos questionários diz respeito
à idade dos participantes. De acordo com Maria Luiza, é possível que a
diferença de idade influencie no gosto pela depilação. "A curiosidade é:
homens mais jovens, da geração filme pornô, preferem mulheres completamente
depiladas? Porque é isso que aparece nos filmes. E homens mais velhos, preferem
a mulher parcialmente depilada, já que na época deles a sexualidade era uma
coisa mais velada?", questiona.
Na prática
Nos salões de beleza, quem trabalha diretamente com estética é categórico ao dizer que a idade é um dos fatores que mais influenciam no tipo de depilação adotada. Segundo a esteticista Thaís Amorim Ferreira, de 23 anos, mulheres mais jovens preferem a depilação completa, enquanto as mais maduras optam por retirar menos pelos.
Nos salões de beleza, quem trabalha diretamente com estética é categórico ao dizer que a idade é um dos fatores que mais influenciam no tipo de depilação adotada. Segundo a esteticista Thaís Amorim Ferreira, de 23 anos, mulheres mais jovens preferem a depilação completa, enquanto as mais maduras optam por retirar menos pelos.
"Mulheres até uns 25, 30 anos, costumam tirar tudo. Não deixam um
pelo sequer. Já as senhoras tiram bem pouquinho, só a virilha simples. É muito
raro uma senhora pedir para tirar tudo. Uma vez fiz depilação completa em uma
delas e ela estranhou porque nunca tinha tirado, achou aquilo vulgar. Elas são
mais recatadas", conta.
O comportamento da mulher foi mudando ao longo do tempo. A depilação
ficou mais ousada"
Iraci Aparecida Reis, esteticista
Questões de higiene e preferência do parceiro também contam na hora da
escolha da depilação, segundo Thaís. "As meninas novas dizem que preferem
depilar tudo porque acham mais higiênico, não gostam de pelo quando menstruam.
Outras já fazem para agradar o parceiro. Dizem, por exemplo: ai, ele gosta que
fica um fiozinho, eu já não gosto. Mas acabam fazendo por eles também",
diz.
Há mais de 20 anos no ramo, a esteticista Iraci Aparecida Faustino dos
Reis, de 35 anos, também atribui a mudança nos tipos de depilação ao lugar que
a mulher ocupa atualmente na sociedade. "O comportamento da mulher foi
mudando ao longo do tempo. A depilação ficou mais ousada. Antigamente tirava-se
só por conta do biquíni. Hoje é mais por higiene, preferência com o parceiro.
Evoluiu bastante", afirma.
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