segunda-feira, 27 de abril de 2015

PROJETO:" A DOCE ARTE SOPRAR", GANHA DIMENSÕES NÃO IMAGINÁVEIS. ARTE NA SALA DE AULA.

Publicado por: Assessoria de Comunicação Fotec | abril 26, 2014

Projeto “A doce arte de soprar” apresenta a flauta doce a jovens de escola pública, Em São José de Mipibu

O projeto do professor de educação artística, Rossine Holanda de Almeida, promoveu aos jovens do ensino médio, da Escola Estadual Professor Francisco Barbosa, o contato com o instrumento de sopro.
Por Marielle Lopes
A Escola Estadual Professor Francisco Barbosa, localizada no centro de São José de Mipibu, região metropolitana de Natal, contou, durante os anos de 2012 e 2013, com o programa “Ensino Médio Inovador”. Para o programa, os professores desenvolveram projetos de integração entre os jovens secundaristas, de acordo com as disciplinas ministradas. Um dos projetos concebidos pelo programa foi “A doce arte de soprar”, idealizado pelo professor de educação artística Rossine Holanda de Almeida. “A intenção era a de demonstrar aos jovens que as manifestações de arte acontecem também a partir da música, com instrumentos que não são tão populares, mas que já eram conhecidos pelos índios”, explica.
Para a escolha do instrumento, houve uma série de questões, desde a viabilidade financeira por parte da arrecadação de verdade, até os benefícios proporcionalmente individuais para cada participante. “O ensino médio é o momento de canalizar as habilidades cognitivas dos jovens que pretendem uma profissão. O ensino da flauta doce proporciona benefícios como disciplina, socialização, desenvolvimento da memória, capacidade de concentração, além de trabalhar a respiração e a articulação das mãos”, informa o professor. “Todas essas habilidades indicam ganhos intelectuais e sociais inestimáveis”, completa.
Para a concepção do projeto, foram compradas com verbas estaduais, voltadas para o programa, 30 flautas Yamaha. Adailton Silva, que possui carteira de músico, foi o responsável por ministrar as aulas de iniciação à teoria musical, desde o conceito até a leitura de notas e partituras. Com uma turma inicial de 15 alunos, o maestro do projeto apresentou músicas nordestinas, como Asa Branca, e até mesmo os clássicos de cantores com Tim Maia.
Os alunos participantes demonstraram receptividade aos momentos dedicados à aula. O musicista Adailton afirma que “é raro estimular jovens adolescentes a gostarem de instrumentos de sopro, por não estarem diretamente associados à realização de atividade voltada para o lazer”. Uma das alunas engajadas no projeto, Aleidita Rauíres, revelou ter descoberto na atividade um ótimo aliado para a rotina de estudos: “ter conseguido aprender a ler partituras me fez adquirir curiosidade sobre a parte teórica da música, mostrando que os instrumentos de sopro podem ser tão divertidos e instigantes quanto o violão, por exemplo. Durante a semana, estudávamos e aos sábados o aprendizado era descontraído”.
Isso porque as aulas de flauta foram encaixadas aos sábados, no turno vespertino, com duração de quatro horas. Possibilitando ao aluno a oportunidade de enxergar no espaço escolar a prática educativa associada a uma iniciativa de lazer.
Apesar de tantos benefícios, a hipótese de extinguir o projeto foi levantada pela diretora da escola. A turma, já com 10 alunos, resiste à possibilidade. A ideia é de que as novas turmas possam aderir ao projeto e mantê-lo vivo, apresentando características tão importantes da composição artística e musical que os alunos podem conhecer. O professor Rossine, que tinha o desejo de fazer menção à influência da cultura indígena, unindo-a a interação dos jovens, concretizou satisfatoriamente sua vontade: “Uma faísca pode provocar uma explosão de curiosidade e desafios. Despertamos essa curiosidade nos estudantes e tivemos boa correspondência. Isso já nos basta!”, finaliza.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

A MALDADE SOBRE AS MULHERES VEM DE LONGE E ATÉ OS DIAS ATUAIS. (DITADURA MILITAR NUNCA MAIS)




Hoje na História: 1942 – Olga Benário Prestes é deportada para Alemanha
Max Altman | São Paulo - 23/04/2014 - 08h00
Militante comunista alemã, casada com o brasileiro Luis Carlos Prestes, foi assassinada em um campo de extermínio

Em 23 de abril de 1942, Olga Benário Prestes, militante comunista alemã de origem judaica, foi deportada para a Alemanha durante o governo de Getúlio Vargas, vindo a ser executada pelo regime nazista num campo de extermínio. Tendo vindo para o Brasil na década de 1930, para ser guarda-costas de Luis Carlos Prestes, Olga tornou-se sua companheira, tendo com ele uma filha, Anita Leocádia Prestes.
Nascida em Munique, em 12 de fevereiro de 1908, Olga Gutman Benário era filha do advogado Leo Benário e de Eugénie Gutman, que formavam uma família judaica alemã de classe média. Ingressou no movimento comunista em 1923, aos 15 anos, filiando-se à KJVD (Liga Juvenil Comunista da Alemanha). Pouco depois, mudou-se para Berlim com o namorado, Otto Braun, em virtude de conflitos ideológicos com o pai, membro ativo do Partido Social Democrata.

No clima político instaurado pela República de Weimar e após o assassinato dos espartaquistas Rosa Luxemburgo e Karl Liebnecht, Olga ascendeu dentro do movimento após os conflitos de rua contra as milícias de extrema-direita no bairro de Kreuzberg. Foi presa no mesmo dia que Braun, ambos acusados de alta traição à pátria. Ela foi logo solta, mas Braun, não. Olga, então, planejou o assalto à prisão de Moabit, para libertá-lo. Logo depois, os dois fugiram para a União Soviética, onde Olga, já tida como quadro valioso, recebeu treinamento político-militar, trabalhando como instrutora da Seção Juvenil da Internacional Comunista. Terminou o relacionamento com Braun em 1931.

A Internacional Comunista havia seguido na Alemanha, desde o fim dos anos 1920, uma política fundada na recusa de se coligar com os social-democratas numa frente única contra o nazismo, acusando-os de ter aprovado créditos para a Primeira Guerra Mundial, assassinado as principais lideranças comunistas e contribuído para a ascensão do nazismo. Com o fracasso dessa linha política, buscou compensá-la com o apoio à revolução em diversos países.

Vinda para o Brasil
Luis Carlos Prestes, que desde 1931 residia na União Soviética, foi, em 1934, finalmente aceito nos quadros do Partido Comunista Brasileiro. Eleito membro da comissão executiva da Internacional Comunista, volta ao Brasil, via Nova York, com documentos falsos, em dezembro do mesmo ano, acompanhado de Olga Benário, que fingia ser sua mulher. Seu objetivo era liderar uma revolução armada.

A política decidida no VI Congresso da Internacional Comunista favorecia movimentos do tipo frente de esquerda tendo por objetivo a realização de um programa de democratização política e de defesa da independência nacional contra o imperialismo.
Prestes, devido a seu passado à frente da Coluna Prestes, parecia a figura adequada para liderar o movimento no Brasil. Seria acompanhado por um pequeno grupo de militantes, encarregados de auxiliá-lo na preparação da insurreição: Inês Tulchniska, Abraham Gurasky, o alemão Arthur Ewert, conhecido pelo codinome Harry Berger, sua mulher Elise “Sabo” Saborovsky, o belga Leon Vallée, Boris Kraevsky, o argentino Rodolfo Ghioldi, Carmen de Alfaya, Johann de Graaf, Helena Kruger, Pavel Stuchevski, Sofia Stuchskaia, Amleto Locatelli, Mendel Mirochevski, Steban Peano, Maria Banejas, o norte-americano Victor Baron e Marcos Youbman.
Prestes encontrou o movimento recém-constituído denominado ANL (Aliança Nacional Libertadora), frente política de caráter antifascista e anti-imperialista que congregava políticos, militares, intelectuais, escritores, artistas, de esquerda, descontentes com o governo Vargas. O movimento contestava o integralismo de Plínio Salgado, de cunho filo-fascista. Prestes procurou, então, aliar o enorme crescimento da ANL à retomada de contatos no meio militar para criar as bases a fim de tomar o poder no Brasil.
Os preparativos insurrecionais caminhavam quando, em novembro de 1935, um levante armado estourou em Natal. Prestes viu-se obrigado a estender a insurreição para o resto do país. Porém, apenas algumas unidades militares de Recife e Rio de Janeiro se levantaram. O governo brasileiro logo controlou a situação e desencadeou forte repressão sobre os setores oposicionistas.

Extradição
Em março de 1936, Olga e Prestes foram capturados pela polícia. Olga foi levada para a Casa de Detenção e posta numa cela junto com mais de dez mulheres, muitas delas conhecidas suas. Neste momento, descobriu estar grávida. Logo vem a ameaça de deportação para a Alemanha. Seria uma condenação à morte: além de judia, comunista. Começou na Europa um grande movimento pela libertação de Olga e Prestes, encabeçado por D. Leocádia e Lígia Prestes, respectivamente a mãe e a irmã de Prestes.

O julgamento de Olga foi feito segundo as formalidades da ordem constitucional,  atendendo a um pedido de extradição do governo nazista. A defesa da alemã pediu um Habeas Corpus, argumentando que a extradição era ilegal, pois ela estava grávida e sua deportação significaria colocar o filho de um brasileiro sob o sistema de um governo estrangeiro. Havia também o aspecto humanitário da permanência dela no país.

O Supremo Tribunal Federal, no entanto, aprovou o pedido de extradição, Vargas negou o indulto e Olga foi deportada para a Alemanha, juntamente com a amiga Sabo.
Olga foi transportada no cargueiro alemão La Coruña. Quando o navio aportou em 18 de outubro de 1936, oficiais da Gestapo já a esperavam. Não havia nenhuma acusação contra ela, pois o caso da prisão de Moabit já prescrevera. No entanto, a legislação nazista autorizava a detenção extrajudicial por tempo indefinido ("custódia protetora") e Olga foi levada para Barnimstrasse, a temida prisão de mulheres, onde deu à luz a filha. Anita Leocádia ficou em poder da mãe até o fim do período de amamentação e, depois, em consequência das pressões da campanha internacional, foi entregue à avó, D. Leocádia.

Olga foi transferida para o campo de concentração de Lichtenburg em março de 1938. No ano seguinte foi transferida para o campo de concentração feminino de Ravensbrück, onde as prisioneiras eram sujeitas a experiências do médico Karl Gebhardt.  No campo, ela organizou atividades de solidariedade e resistência, com aulas de ginástica e história.

Morte e homenagens
No Pessach de 1942, já com 34 anos, Olga foi enviada para o campo de extermínio de Bernburg e assassinada na câmara de gás em 23 de abril de 1942 com mais 199 prisioneiras, dentre elas suas amigas Sarah Fiderman, Hannah Karpow, Tilde Klose, Irena Langer e Rosa Menzer. A notícia de sua morte foi dada por meio de um bilhete escondido na barra da saia de uma das presas.
Olga seria cultuada na Alemanha Oriental como exemplo da mãe vítima do nazismo. É nome de rua na antiga Berlim Oriental e em outras seis cidades alemãs. Sua efígie consta de moedas e selos, além de ter dado nome a 91 escolas, creches, ruas e praças em cidades da antiga República Democrática Alemã. No Brasil, Olga Benário também dá nome a ruas, praças e escolas em várias cidades, incluindo São Paulo.

A primeira biografia de Olga foi escrita por Ruth Werner e publicada na Alemanha Oriental em 1961. A tradução para o português, do jornalista brasileiro Reinaldo Mestrinel, foi publicada pouco depois. Fernando Morais publicou uma nova biografia  em 1985, “Olga”, lançada pela Editora Ômega e depois pela Companhia das Letras, tendo vendido mais de 170 mil exemplares.
Em 1989, a telenovela “Kananga do Japão”, produzida pela Rede Manchete, retratou o casal Olga e Prestes, interpretados por Betina Vianny e Cassiano Ricardo.

Na Alemanha, o cineasta turco Galio Yitanir produziu o documentário “Olga Benario - Ein Leben für die Revolution" em 2004. No mesmo ano foi realizado o filme “Olga”, baseado na biografia de Morais e dirigido por Jayme Monjardim. A película recebeu três prêmios no Grande Prêmio Brasileiro de Cinema de 2005. Em 1997, Jorge Antunes compôs a ópera “Olga”, com libreto de Gerson Valle, que estreou no dia 14 de outubro de 2006 no Teatro Municipal de São Paulo.



SERÁ QUE O JU DIS A CIÁRIO DE SP É IGUAL AO DO RN

Sou professora. Estou em greve. E explico o porquê
Renata Hummel | São Paulo - 23/04/2015 - 13h58
Tem gente cantando 'o professor é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo' nas Assembleias. Tem gente discutindo a importância de uma escola pública de qualidade. Por isso, dessa vez estou acreditando firmemente que 'não tem arrego'
  

Fotos Mídia Ninja
Sou professora do Estado de SP desde 2009. E já mergulhei na divisão em “categorias”. Entrei como “categoria L”, ou seja, não-concursada, e pegava apenas aulas que “sobravam” dos efetivos.
Essa categoria não existe mais, foi substituída pela “categoria O”, onde está a maioria dos contratados. A categoria “O” é o que há de mais precário na rede: só pode ter duas faltas por ano, não tem direito a usar a assistência médica do estado (Iamspe), não tem direito à aposentadoria profissional (SPPrev), após um ano de contrato deve cumprir “geladeira” por 40 dias, e após dois anos de contrato deve cumprir a “duzentena” (200 dias sem poder pegar aula, ou seja, quase um ano forçadamente desempregado). Nessa situação de “O”, estão “só” cerca de 50 mil professores da rede estadual. Como alguns colegas me disseram: para o governo, “somos uma sopa de letrinhas”.
Está bom ou quer mais? Tem mais.

A gente leva um susto quando entra na rede. Na licenciatura, muito professor (que está sem entrar na sala de aula de ensino fundamental e médio há uns 15 anos) nos diz que o problema da escola pública são as aulas “tradicionais”, sem imaginação, sem criatividade. Que o problema está na forma de ensinar, “conteudista” (com “decoreba”) e não “construtivista” e por aí vai.
Não é que essas coisas não sejam problemas, porém o buraco é mais embaixo. Vou explicar melhor: é certo que é difícil falar de Revolução Francesa para jovens que estão mais interessados em outras coisas (em muitas outras coisas), e que não veem como saber algo que aconteceu em 1789 possa fazer alguma diferença em 2015, por exemplo. Mas mais difícil ainda é conseguir falar 5 minutos em uma sala lotada com 40 jovens ou mais, em um dia de verão, com um ventilador apenas funcionando e sem água nas torneiras.

É complicado explicar como funcionam os “três poderes” no Brasil enquanto grande parte dos estudantes insiste que “político é tudo ladrão” e que por isso não interessa nem saber como funciona o sistema, “pois só o que eles fazem é roubar”. Mas mais complicado ainda é lidar com bombas que explodem nos banheiros, brigas por motivos fúteis (escapei algumas vezes, e por pouco, de cadeiradas e de um soco na cara), fogo quase diário nas lixeiras, xingamentos variados (muitas vezes vindos dos pais dos alunos e não dos alunos), reclamações da coordenação e da direção de que você “não consegue controlar a sala”, como se esse fosse o único objetivo da nossa formação e trabalho.

O buraco é mais embaixo quando você tem que lidar com alunos especiais em sala sem qualquer formação ou material próprio para isso (e junto com outros 40 jovens pedindo atenção); quando não tem como imprimir textos para leitura, imagens, ou mesmo provas, porque não tem toner nem folha de papel, e aí você imprime com seu salário; quando você tem que disputar a tapa com outros professores a única sala de vídeo que há na escola; quando você quer trabalhar em conjunto com outras disciplinas, mas não há tempo para conversar com os outros professores; quando o mato da escola está altíssimo e não tem verba para cortar; quando não tem papel higiênico; quando ninguém limpou as salas porque as moças da limpeza são terceirizadas, a empresa declarou falência e elas não recebem salário há dois meses; quando a cozinha foi terceirizada e enquanto não chegam as novas trabalhadoras precarizadas os alunos têm que comer bolachas com manteiga; quando mais da metade de seus colegas toma estimulante ou fluoxetina para aguentar o tranco de dar aulas em duas ou três escolas diferentes, das 7h da matina às 23h; quando seu salário, mesmo trabalhando em duas escolas diferentes, cerca de 40 horas por semana (40 horas por semana são as cumpridas na escola, não as de preparação e planejamento de aulas, correção de trabalhos – essas, me arrisco a dizer, ultrapassam esse tempo em umas 15 horas a mais), com cerca de 700 alunos, não chega a R$ 2.600.
Está bom ou quer mais? Tem mais.

Este ano, a situação que já era essa que contei acima, piorou. O governador Geraldo Alckmin, dando continuidade ao cuidadoso processo de destruição da escola pública iniciado nos governos anteriores, fechou cerca de 3.000 salas de aula (qualquer sala com menos de 30 alunos inscritos no começo do ano foi fechada e seus alunos redistribuídos em outras), extinguiu cargos de coordenação, remanejou funcionários que tinham mais de 20 anos de escola (na minha escola, a “Tia Cris“, funcionária de gerações e gerações na escola, foi remanejada para outra, e a choradeira que assisti, entre alunos e professores, foi de cortar o coração), cortou verbas (de pintura, jardinagem, folhas de sulfite, papel higiênico, sabonete, toner, consertos em geral, infraestrutura das salas, etc), forçou a duzentena na “categoria O” e decretou “reajuste zero” para os professores, sem cobrir sequer a inflação do período.
Quer mais ou está bom?

Ah, não tem como esquecer o famigerado “bônus”, cópia bizarra de uma política norte-americana de premiação de professores conforme resultados de alunos, resultado esse medido em uma prova apenas (ora, mas não éramos construtivistas?). Um bônus que pune escolas com problemas sérios (culpa dos professores?), e premia apenas parte da rede, como se apenas alguns colegas tivessem trabalhado e outros não. Dito isso, que solução temos nós, profissionais da educação, a não ser entrar em greve?

Entrar em greve significa ter desconto de salário, ter faltas no prontuário, ter que repor as aulas em sábados, contraturnos ou recesso, ouvir de pais e alunos que “professor ganha bem, tem férias de 30 dias e reclama de barriga cheia”, ouvir de colegas de trabalho que “professor grevista gosta é de ficar dormindo em casa enquanto os outros trabalham”, visitar escolas com comando de greve e ter que explicar o que está fazendo para os policiais que a diretora chamou (não aconteceu comigo, mas com vários colegas), acompanhar as negociações na Assembleia Legislativa e na Secretaria de Educação, aguardando horas na chuva para ver o que o governo ofereceu e sair de lá chateado porque não querem nem conversar, ir a todas as Assembleias na sexta, com mais de 60 mil professores, e nenhuma TV ou jornal dar sequer uma linha (e quando dá, não escuta nenhum professor, apenas reproduz a pauta do governo).

Entrar em greve é receber também apoio de muita gente, inclusive alunos, que quando resolvem entrar na briga também (faltando no dia das Assembleias, criando debates e discussão de ideias, acompanhando os passos dos professores) sofrem repressão nas escolas (alguns colegas marcam provas justamente nesse dia, algumas direções recusam os pedidos de debate dos alunos, alguns chegam a receber advertências e telefonemas para os pais), com direções e supervisões (que em maioria são cargos indicados) que nos acusam de “fazer a cabeça” dos estudantes ou de “atrapalhar” o aprendizado.

Entrar em greve é ter que lidar com a desconfiança no principal sindicato (enquanto os outros sindicatos se reúnem secretamente com o governo no meio da greve), pois a sua presidente terminou uma greve em 2013 contra a vontade de grande parte dos professores, aceitando migalhas do governo: o fim da quarentena, um concurso público e a inclusão do “categoria O” no Iamspe, dos quais o governo só cumpriu um (e mesmo assim, precariamente, pois grande parte dos professores que iriam ser chamados ainda não foram e estão trabalhando como contratados). É ter que estar com um olho no governo e outro no sindicato.

E, mesmo assim, com tudo isso e apesar de tudo isso: estamos em greve. Estou em greve.
Dessa vez, tudo parece diferente das outras: tem muita gente nas redes sociais nos ouvindo (embora na imprensa tradicional tudo continue como sempre foi), nos apoiando, tem muito aluno participando, tem muito colega que disse que nunca mais parava por causa do sindicato, parado.
Tem muita gente exigindo uma postura firme do sindicato, da presidente, dos partidos. Tem gente cantando “o professor é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo” nas Assembleias. Tem gente discutindo a importância de uma escola pública de qualidade. Por isso, dessa vez estou acreditando firmemente que “não tem arrego”.

Escrevo este texto na véspera da negociação com o governo (que se encerrou no início da tarde de quinta-feira 23 de abril e não resultou em nenhum avanço) e da nossa importante assembleia de sexta. As definições dessa semana não apenas podem decidir o futuro da categoria de professores, mas o futuro da escola pública. Aguardemos.

Renata Hummel é professora de sociologia na rede estadual paulista. Graduada – bacharel e licenciada – em ciências sociais pela PUC-SP , com especialização em história, sociedade e cultura pela PUC-SP. Também foi colega dos editores de FAROFAFÁ e Samuel no curso de jornalismo da ECA-USP.
#JornalistasLivres em defesa da democracia: cobertura colaborativa; textos e fotos podem ser reproduzidos, desde de que citada a fonte e a autoria. Mais textos e fotos em facebook.com/jornalistaslivres.







quarta-feira, 22 de abril de 2015

A BUSCA DA SAÍDA DO ANONIMATO

Convidado para um passeio em um centro de compras, não para comprar,  porque o dinheiro o prefeito de São José de mipibu RN,  não pagou por estarmos em greve e aceitando o convite fui ao passeio, conversas e diversão. Sentado e observando todo aquele movimento na praça de alimentação, percebo um jovem à mostrar seus belíssimos desenhos. Chego junto do rapaz e me apresento. Peço para ver os trabalhos do mesmo  vi desenhos muitos bons e um rapaz promissor e de futuro brilhantes. Parabéns Anderson Mateus e continue assim um rapaz do bem.








segunda-feira, 13 de abril de 2015

COLOCARAM FOGO NA BABILÔNIA: SÃO JOSÉ DE MIPIBU - BRASIL



Em repúdio ao um ato do prefeito de São José de Mipibu, RN - Arlindo Dantas, educadores em educação bloqueia BR 101 Rio Grande do Norte. Dito cujo, congelou quinquênio em lei aprovada na câmara municipal.


quarta-feira, 8 de abril de 2015

ALI BABA


Nove motivos para você se preocupar com a nova lei da terceirização
O número de trabalhadores terceirizados deve aumentar caso o Congresso aprove o projeto 4.303/2004. A nova legislação abre as portas para que as empresas possam terceirizar todas as suas atividades . Hoje, somente o que é não faz parte da atividade-fim pode ser delegado a outras empresas, como por exemplo a limpeza, a segurança e a manutenção de máquinas. Entidades de trabalhadores, auditores fiscais do trabalho, procuradores do trabalho e juízes trabalhistas acreditam que o projeto é nocivo aos trabalhadores e à sociedade. O texto é de Piero Locatelli, para a Repórter Brasil:
Descubra por que você deve se preocupar com a mudança.
1) Salários e benefícios devem ser cortados

O salário de trabalhadores terceirizados é 24% menor do que o dos empregados formais, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). No setor bancário, a diferença é ainda maior: eles ganham em média um terço do salário dos contratados. Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, eles não têm participação nos lucros, auxílio-creche e jornada de seis horas.
2) Número de empregos pode cair

Terceirizados trabalham, em média, três horas a mais por semana do que contratados diretamente. Com mais gente fazendo jornadas maiores, deve cair o número de vagas em todos os setores. Se o processo fosse inverso e os terceirizados passassem a trabalhar o mesmo número de horas que os contratados, seriam criadas 882.959 novas vagas, segundo o Dieese.
3) Risco de acidente vai aumentar

Os terceirizados são os empregados que mais sofrem acidentes. Na Petrobras, mais de 80% dos mortos em serviço entre 1995 e 2013 eram subcontratados. A segurança é prejudicada porque companhias de menor porte não têm as mesmas condições tecnológicas e econômicas. Além disso, elas recebem menos cobrança para manter um padrão equivalente ao seu porte.
4) Preconceito no trabalho pode crescer

A maior ocorrência de denúncias de discriminação está em setores onde há mais terceirizados, como os de limpeza e vigilância, segundo relatório da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Com refeitórios, vestiários e uniformes que os diferenciam, incentiva-se a percepção discriminatória de que são trabalhadores de “segunda classe”.
5) Negociação com patrão ficará mais difícil

Terceirizados que trabalham em um mesmo local têm patrões diferentes e são representados por sindicatos de setores distintos. Essa divisão afeta a capacidade deles pressionarem por benefícios. Isolados, terão mais dificuldades de negociar de forma conjunta ou de fazer ações como greves.
6) Casos de trabalho escravo podem se multiplicar

O uso de empresas terceirizadas é um artifício para tentar fugir das responsabilidades trabalhistas. Entre 2010 e 2014, cerca de 90% dos trabalhadores resgatados nos dez maiores flagrantes de trabalho escravo contemporâneo eram terceirizados, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego. Casos como esses já acontecem em setores como mineração, confecções e manutenção elétrica.
7) Maus empregadores sairão impunes

Com a nova lei, ficará mais difícil responsabilizar empregadores que desrespeitam os direitos trabalhistas porque a relação entre a empresa principal e o funcionário terceirizado fica mais distante e difícil de ser comprovada. Em dezembro do último ano, o Tribunal Superior do Trabalho tinha 15.082 processos sobre terceirização na fila para serem julgados e a perspectiva dos juízes é que esse número aumente. Isso porque é mais difícil provar a responsabilidade dos empregadores sobre lesões a terceirizados.
8) Haverá mais facilidades para a corrupção
Casos de corrupção como o do bicheiro Carlos Cachoeira e do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda envolviam a terceirização de serviços públicos. Em diversos casos menores, contratos fraudulentos de terceirização também foram usados para desviar dinheiro do Estado. Para o procurador do trabalho Rafael Gomes, a nova lei libera a corrupção nas terceirizações do setor público. A saúde e a educação pública perdem dinheiro com isso.
9) Estado terá menos arrecadação e mais gasto

Empresas menores pagam menos impostos. Como o trabalho terceirizado transfere funcionários para empresas menores, isso diminuiria a arrecadação do Estado. Ao mesmo tempo, a ampliação da terceirização deve provocar uma sobrecarga adicional ao SUS (Sistema Único de Saúde) e ao INSS. Segundo ministros do TST, isso acontece porque os trabalhadores terceirizados são vítimas de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais com maior frequência, o que gera gastos ao setor público.

Fontes: Relatórios e pareceres da Procuradoria Geral da República (PGR), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e de juízes do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Entrevistas com o auditor-fiscal Renato Bignami e o procurador do trabalho Rafael Gomes.




quinta-feira, 2 de abril de 2015

CORES: O MUNDO É MARAVILHOSO.

Óculos permitem daltônicos enxergarem cores

Da Redação noticias@band.com.br
Você consegue imaginar uma vida sem cor? Essa é a pergunta com que começa um vídeo que registra daltônicos enxergando todos os tons pela primeira vez.

A experiência só pôde ser realizada graças à empresa Valspar Tintas, em parceria com a EnChroma, criadoras de um par de óculos, o qual permite pessoas com daltonismo - tanto as que enxergam apenas preto e branco, quanto as que só não diferenciam alguns tons - enxergar as cores.

Quase 300 milhões de pessoas no mundo são daltônicas e poucas conseguem descobrir o problema logo cedo. Para elas, o mundo sempre foi da forma com que o enxergam.

Mas o problema não é no sistema nervoso. Pessoas daltônicas apenas absorvem os fotopigmentos de forma diferente na retina.

O Ph.D em Psicologia Perceptiva, Robert Spruijt, explica que, nos casos mais leves, o vermelho e o verde parecem iguais. Porém alguns daltônicos só enxergam o cinza, o preto e o branco.

É o caso de um dos voluntários que aparece no vídeo. Quando o homem vê o pôr do sol, pergunta: “Então é isso que vocês veem todos os dias?”.