domingo, 25 de setembro de 2016

ARTE: a reforma dos vagabundos

O editor parabeniza a coragem e a liberdade de expressão do apresentador Fausto Silva.




Faustão xinga governo Temer e reclama de reforma educacional
Do UOL, em São Paulo
25/09/201619h23
·         Reprodução/TV Globo

Faustão xinga governo Temer e reclama de reforma educacional
Faustão soltou um palavrão ao se referir ao governo do presidente Michel Temer (PMDB) durante o "Domingão", neste domingo (25), e esbravejou ao falar sobre a reforma educacional, projeto que tem recebido diversas críticas.
O apresentador da Globo estava conversando com o ginasta Diego Hypolito, medalhista nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, e não escondeu a sua irritação ao falar sobre as mudanças no currículo do Ensino Médio, que Temer pretende fazer através de uma medida provisória.
De acordo com palavras de Faustão, "essa porr* de governo mal começou" e quer implementar uma reforma sem consultar a população.
"Os caras iam tirar a Educação Física [do currículo escolar]. Essa porr* desse governo nem começou, não sabe se comunicar e já faz a reforma sem consultar ninguém. Então, o país que mais precisa da educação, faz uma reforma com cinco gatos pingados, que não sabem porr* nenhuma, e tiram a educação", desabafou.
https://t.dynad.net/pc/?dc=5550001580;ord=1474844791734https://t.dynad.net/pc/?dc=5550001579;ord=1474844810181
A reformulação do ensino médio foi anunciada na última quinta-feira pelo governo Michel Temer. Entre as principais mudanças, oficializadas por meio de uma medida provisória, estão a expansão do ensino em tempo integral e a flexibilização do currículo escolar.

Atualmente, os estudantes cursam 13 disciplinas durante os três anos do ensino médio. Com a MP, parte da grade curricular será composta por disciplinas obrigatórias e a outra com matérias de interesse de cada aluno. O novo modelo está previsto para começar no primeiro semestre de 2017 e será adotado gradualmente, de acordo com o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM)

sábado, 24 de setembro de 2016

O ARTISTA: ARTE. CHICO CÉSAR.





ARTE: O IMORTAL. PABLO NERUDA


  Esperemos

Há outros dias que não têm chegado ainda,
que estão fazendo-se
como o pão ou as cadeiras ou o produto
das farmácias ou das oficinas
- há fábricas de dias que virão -
existem artesãos da alma
que levantam e pesam e preparam
certos dias amargos ou preciosos
que de repente chegam à porta
para premiar-nos
com uma laranja
ou assassinar-nos de imediato.
Pablo Neruda (Últimos Sonetos)

 Morre o poeta Pablo Neruda, 1973.
Max Altman | São Paulo, fonte Operamundi

Passados apenas doze dias do golpe militar encabeçado por Augusto Pinochet que derrocou violentamente o governo de Salvador Allende no Chile, morre, em 23 de setembro de 1973, em Santiago, o poeta Pablo Neruda.

Tão logo o corpo foi transportado para a morgue do hospital, chega a notícia de que a casa de Neruda havia sido saqueada e seus livros, incendiados.

O funeral foi realizado no Cemitério Geral, rodeado por soldados armados com metralhadoras. Ainda assim, ouviram-se gritos desafiadores de homenagem a ele e a Allende, junto com a entonação em coro de A Internacional Socialista. De acordo com a escritora Isabel Allende, Neruda morreu de "tristeza", por ver dissolvida pela violência das armas a esperança representada pelo amigo.

Nas eleições presidenciais de 1970, Neruda havia desistido de sua candidatura, facilitando a vitória de Allende. Ambos eram marxistas e acreditavam em uma América Latina mais justa e solidária.

Nascido Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto, na cidade chilena de Parral, em 12 de julho de 1904, ficou conhecido mais tarde pelo pseudônimo de Pablo Neruda, um dos mais influentes poetas, sendo considerado pelo romancista colombiano Gabriel García Márquez como "o maior poeta do século 20 em qualquer idioma".

Entre os múltiplos reconhecimentos destacam-se o Prêmio Nobel da Literatura de 1971 e o Doutorado Honoris Causa, pela Universidade de Oxford. Nas palavras do crítico literário norte-americano Harold Bloom “nenhum poeta do hemisfério ocidental de nosso século pode ser a ele comparado”.
Neruda foi também ativista político, senador e integrante do Comitê Central do Partido Comunista.
Órfão de mãe ainda bebê, a família se muda para a cidade de Temuco, a 670 quilômetros da capital chilena, onde cursa todos os estudos até concluir o 6º ano de Humanidades, em 1920. O impressionante cenário natural de Temuco, com bosques, lagos, rios e montanhas, marcará para sempre o mundo poético de Neruda.

Foi ali que, em 1917, ele publica o primeiro artigo no jornal La Mañana, com o título de “Entusiasmo e perseverança”. Três anos depois, começa a colaborar com a revista literária Selva Austral, com poemas que irão compor o primeiro livro: “Crepusculário”.

Naquela época, conhece Gabriela Mistral, outro Prêmio Nobel de Literatura chileno, de cujo encontro recordará: “…ela me fez ler os primeiros grandes nomes da literatura russa que tanto me influenciaram”.

Em 1924, publica o famoso “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”, obra em que ainda se nota uma influência do modernismo. Posteriormente, manifesta um propósito de renovação formal de intenção vanguardista em três breves livros publicados em 1926: “O habitante e sua esperança”, “Anéis” e “Tentativa do homem infinito”.

Em 1927, começa sua longa carreira diplomática. Nas viagens conhece, em Buenos Aires, Federico García Lorca e, em Barcelona, Rafael Alberti. Apregoa sua concepção poética de então, a que chamou de "poesia impura", e experimenta o poderoso e liberador influxo do surrealismo.

Em 1936, acontece a Guerra Civil Espanhola. Comovido pelo combate e pelo assassinato do amigo García Lorca, Neruda se engaja no movimento republicano, primeiro na Espanha e depois na França, onde começa a escrever “España en el Corazón”. Naquele ano, retorna ao Chile e sua poesia passa a se caracterizar por uma orientação às questões políticas e sociais.

Nomeado cônsul geral no México, ali reescreve “Canto Geral”, poema do continente sul-americano. A obra foi publicada no México, em 1950, e clandestinamente no Chile. Composta de cerca de 250 poemas, constitui, a juízo do próprio Neruda, a parte central de sua produção artística. Quase todos os poemas foram criados em circunstâncias particularmente difíceis, quando Neruda vivia no exílio.

Em 1945, Neruda recebe o Prêmio Nacional de Literatura. Naquele mesmo ano é eleito senador pelo Partido Comunista, onde passa a militar e se depara com os poetas Pablo de Rokha e Vicente Huidobro, seus mais férreos rivais artísticos.

Nas eleições presidenciais de 1946 triunfa a Aliança Democrática, uma coalizão integrada por radicais, comunistas e democratas, que leva ao poder Gabriel González Videla.

A perseguição desatada pelo governo Videla contra seus antigos aliados comunistas culmina com o banimento do Partido Comunista. Uma ordem de prisão contra Neruda força-o primeiro à clandestinidade em seu próprio país e depois ao exílio. 

Em meados de 1950, chega incógnito a Paris, protegido por vários amigos, entre eles o pintor Pablo Picasso. Reaparece publicamente na sessão de encerramento do Primeiro Congresso Mundial da Paz. No final da década, informado de que não era mais procurado, regressa ao Chile

Em 1969, é nomeado membro honorário da Academia Chilena da Língua Espanhola. Em 21 de outubro de 1971 é concedido a ele o Prêmio Nobel de Literatura. Viaja a Estocolmo para recebê-lo. Em suas “Memórias” recorda: “O velho monarca estendia a mão a cada um de nós; nos entregava o diploma, a medalha e o cheque (...) Se diz (ou disseram a minha mulher para impressioná-la) que o rei esteve mais tempo comigo que com os outros laureados, que me apertou a mão com evidente simpatia. Talvez tenha sido uma reminiscência da antiga gentileza palaciana com os súditos”.

A última aparição de Neruda em público foi em 5 de dezembro de 1972, onde o povo chileno prestou uma comovente homenagem ao poeta no Estádio Nacional. Ele morreu de câncer na próstata.

Somente em dezembro de 1992 se cumpriu o desejo do poeta de que seu corpo fosse enterrado em sua casa, na Ilha Negra. O local e todos os pertences são agora administrados pela Fundação Neruda.

Em 1994, veio a consagração no cinema, com o filme “O carteiro e o poeta”, em que Neruda se torna amigo de um carteiro que lhe pede para ensinar a escrever versos para poder conquistar uma bonita moça do povoado. Vencedor do Oscar de trilha sonora original, composta por Luis Enríquez Bacalov, além de outras indicações e prêmios.
  


quinta-feira, 22 de setembro de 2016

ARTE: ILUSÃO?. ARTE.





Magritte, um falsificador no Centro Pompidou
O MUNDO LE MONDE | 
Por Philippe Dagen

Esta não é uma retrospectiva René Magritte. Esta é uma interpretação de sua obra, demonstrativa e clara, o que é ainda mais notável que Magritte (1898-1967) passou seu tempo criando problemas. Ele aplicou a denunciar as ilusões de pintura e de idioma convenções: as imagens que iludem e palavras abusar de nossa credulidade. Uma centena de obras, principalmente pinturas estão dispostas em uma ordem que não é cronológica, mas lógico - que é bem-vindo porque museus são na maioria das vezes o conteúdo para armazenar as tabelas de chegada sem tentando sugerir coerência de um pensamento ou as obsessões de uma criação.
A imagem revela em reivindicar duas vezes o objeto enquanto ele está, na melhor das hipóteses, uma indicação parcial
A obsessão aqui é falsidade. Além disso, a exposição tem direito a de um Magritte entre toda a cópia, a perfídia das imagens. Ele é conhecido por outro nome: "Isto não é um cachimbo", escrita estudante negação em letras redondas sob a representação cuidadosa de um tubo. Traição? Magritte, cansado de ter que explicar, finalmente, ficar com um argumento simples: isto não é um cachimbo, já que ninguém pode fumar. A imagem revela em reivindicar duas vezes o objeto enquanto ele está, na melhor das hipóteses, uma indicação parcial. Ilusão de ótica e da mente trompe.

A perfídia das imagens datam de 1929. A árvore do conhecimento do mesmo ano. Não espere nem árvore nem cena bíblica. A partir de um cano de metal verticais ..



terça-feira, 6 de setembro de 2016

A ARTE DA BIENAL: SÃO PAULO - BRASIL


Artistas protestam contra Michel Temer na Coletiva da 32ª Bienal de São Paulo
 'Incerteza Viva', vai ser inaugurada para o público nesta quarta-feira, 7, no Ibirapuera
Camila Molina,
O Estado de S. Paulo 

Na manhã desta segunda-feira, 5, durante a coletiva de imprensa da 32.ª Bienal de São Paulo, o artista Jonathas de Andrade, participante da edição, usava uma camiseta preta com a frase: "Eu quero votar para presidente". Outros convidados da mostra também protestavam pacificamente na ocasião com camisetas com os dizeres  "Fora Temer" e "Diretas Já" estampados. Como lembrou o curador da exposição, Jochen Volz, Michel Temer assumiu a presidência do Brasil após o impeachment de Dilma Rousseff na semana passada afirmando: "A incerteza acabou". "Arte se alimenta da incerteza, do improviso; arte dá espaço para a dúvida, fantasmas, mas sem manipular", disse Volz, uma vez que a 32.ª Bienal de São Paulo, a ser inaugurada na terça-feira, 6, para convidados e na quarta, 7, para o público tem como título Incerteza Viva.
Ao final das falas dos curadores, o protesto tomou corpo e artistas do grupo Opavivará!, e outros, gritaram "Fora Temer" e percorreram a sala protestando. O artista Amilcar Packer, criador do Projeto Oficina de Imaginação Política, afirmou que 26 pessoas foram presas no último domingo, 4, durante protestos em São Paulo.

Os manifestantes foram aplaudidos e acompanhados. Outro protesto foi realizado mais tarde em frente da oca construída por Bené Fonteles na entrada da exposição. "Incerteza Viva se dedica a defender espaço pluralista; acreditamos no papel transformador da arte", disse Jochen Volz. "Isso (o protesto na coletiva) é apenas o começo", afirmou ainda o curador-geral da 32.ª Bienal de São Paulo, lembrando que a mostra terá uma programação pública. 
O clima de polarizações, destacou uma das cocuradoras da edição, a mexicana Sofia Olascoaga, não é exclusivo do Brasil, mas geral. A 32.ª Bienal de São Paulo ocorrerá entre 7 de setembro e 11 de dezembro no Pavilhão Ciccillo Matarazzo. Com 81 artistas de 33 países, a mostra também se estende para o Parque do Ibirapuera com obras comoArrogation, a pista de skate criada pela sul-coreana Koo Jeong A que ficará abrigada ao lado da rampa que dá acesso à área do Museu de Arte Contemporânea no prédio da Bienal, ou os painéis do artista Wlademir Dias-Pino




domingo, 4 de setembro de 2016

DESCOMPOSTURA: É A CARA DOS GOLPISTAS

Aos gritos de golpista, ministro da Cultura deixa Festival de Petrópolis
ESTADÃO
Do Rio
03/09/201618h46

Aos gritos de "golpista", o ministro da Cultura, Marcelo Calero, teve o discurso interrompido no encerramento da sessão de debates do Festival de Cinema de Petrópolis, na Região Serrana, na noite desta sexta-feira (2). Em imagens divulgadas na internet, o ministro reage às provocações: ele se levanta e, com dedo em riste, se dirige aos manifestantes. Não é possível ouvir o que ele fala. Num dos vídeos, aparece legenda atribuindo a Calero declaração de que era "golpista com muito orgulho". Ele negou.
Calero participava de debate sobre o futuro do cinema nacional no Museu Imperial. O protesto começou com um grupo gritando palavras de ordem como "golpistas/fascistas/não passarão". Calero reage acenando para o grupo e tenta continuar o discurso. Em seguida, o ministro faz gesto com as mãos, como se estivesse aludindo a um roubo. Os gritos de golpista se intensificam, e Calero faz novo gesto do polegar sobre a palma da mão. Em outro vídeo, ele aparece já em pé, com o dedo em riste, discutindo com os manifestantes. O ministro deixa o teatro. Os vídeos foram publicados pelos perfis Dilma Bolada e da União da Juventude Socialista (UJS) de Petrópolis, entidade ligada ao PCdoB.
O vídeo da UJS é intitulado "caça aos golpistas". "Hoje o Ministro da Cultura do governo GOLPISTA, Marcelo Calero, esteve em Petrópolis para um debate da abertura do Festival de Cinema de Petrópolis na Concha Acústica do Museu Imperial e foi escrachado pela UJS e por outras pessoas que se encontravam no local. Será assim daqui por diante. A cultura não compactua com quem fere a democracia!", diz o texto publicado.
https://t.dynad.net/pc/?dc=5550001580;ord=1472988221442
Em seu perfil, Calero escreveu que "um cidadão, acompanhado de outros cinco, iniciou um tumulto, com as ações e palavras agressivas e intimidatórias que fazem parte do repertório desse pessoal. A União Juventude Socialista - UJS reivindicou a organização e execução do ataque". Ele diz ainda que demonstrou sua indignação "com altivez". "Fiquei penalizado com o fato de que essa meia dúzia deixou as produtoras do evento constrangidas e lamentando o ocorrido. Mas não se abalem! Esse pessoal não quer saber de cultura. Eles não se conformam com a democracia. Querem fazer valer a todo custo a sua verdade particular".
Calero nega ainda ter sido expulso do evento e ter dito ser "golpista com orgulho". "Mas a gente sabe que mentira, aliada ao discurso do ódio, é a especialidade deles".
O Ministério da Cultura divulgou um comunicado na tarde deste sábado (3) repudiando a atitude do público presente no debate e diz que a atitude foi um "desrespeito à classe artística".